Monday, July 23, 2007

Hábitos de leitura no primeiro ano

No domingo passado, em casa da avó Lena, encontramos umas primas afastadas, que ao conhecerem o Filipe logo perguntaram:
P – Olá Filipe, então já sabes ler?...
F – Sim!
P – E tens lido muito?...
F – Sim tenho!... Ainda agora pelo caminho eu li duas “CLÍNICAS DENTÁRIAS” e uma “LAVANDARIA”.

Thursday, May 03, 2007

Numerus, census e trabalho

Filipe - Oh pá Adalberto!... O Afonso diz que dois milhões não existe e eu digo que existe?…
A – Pois existe Filipe!... Diz ao Afonso que dois milhões corresponde ao número de pessoas que moram na área de Lisboa. Dez milhões são o número de pessoas que vivem em Portugal. Trinta e cinco milhões em Espanha. Duzentos e cinquenta milhões nos Estados Unidos da América e três biliões na China… ouviste bem?... três biliões… três vezes três milhões…
F - …
F – Oh Adalberto!?... O teu trabalho é contar pessoas?...

Wednesday, May 02, 2007

Liberdade, igualdade e Pokemóns


Filipe – Adalberto tu nasceste noutra Era?...
A – Noutra Era?... Como noutra Era?...
F – Na Era do Salazar, ou lá como ele se chamava, … aquele que obrigava as pessoas, coitadas, a TRABALHAR MUITO?...
A – Ah!... Na era do Salazar!... Sim Filipe eu nasci na era do Salazar. Do ditador.
F – Do ditador?... E eu?...
A – Tu não Filipe! Tu nasceste no ano 2000, em plena era democrática.
F – O que é isso? Uma Era democrática?...
A – É uma era em que as pessoas podem dizer livremente o que pensam, escolher quem querem para mandar nelas, em que vence sempre a maioria e que protege os mais fracos e desfavorecidos.
F – Ah!...
F – Adalberto!?...
A – Sim?...
F - Todas as pessoas podem dizer e escolher o que querem?...
A - Sim, claro!
F - Adalberto!?...
A - Hmmm?...
F – Tu compras-me um Pokémon?...…

Saturday, February 24, 2007

Inversão hierárquica

Adalberto e Filipe regressavam da natação de automóvel.
A – Bom Filipe. Agora espero encontrar um lugar para estacionar …
F- Se quiseres eu rezo?
A – O.k. Filipe!
F [começou a rezar baixinho] – rzzz rzzz rzzz rzzz rzzz rzzz rzzz rzzz ámen.
F- Pronto Adalberto já está!... Agora espero que Deus me obedeça.

Saturday, February 10, 2007

Um chi-chi com História Natural e Geografia Universal


Levei o Filipe à casa de banho a meio da noite. A casa estava gelada e o Filipe perguntou:
- Adalberto. Porque é que esta casa é tão fria?... Até parece a Idade do Gelo!
A – Bem Filipe… esta casa é velhinha e não tem aquecimento central. Lá em casa dos «vuvus» é mais quentinho não é?...
[o Filipe tinha dormido na véspera em casa dos avós, daí a pergunta]

– Muito mais!..., retorquiu o Filipe - A casa dos vuvus é a TERRA DO FOGO e isto a IDADE DO GELO!

P.s.: para não deixar o Filipe mais confuso não contei que a Terra do Fogo é um local muito frio...

Wednesday, December 06, 2006

Diz que é uma espécie de caneta gigante


Filipe – Adalberto? Gostava de levar a minha espada para a escola, mas eles não gostam que os meninos levem brinquedos de guerra…
Adalberto – Bom! Nesse caso terás de dizer que a tua espada é um brinquedo poético. Diz que era a espada do Camões, quando a ergueu e disse: «As armas e os barões assinalados!…» ou então que é a espada do Dom Quixote que a empunhou para defender a bela e formosa Dulcineia. Tens de usar a imaginação. Diz que a espada é literária pertenceu a um poeta, mas agora é tua e tu és um cavaleiro andante. Assim safas-te Filipe! As professoras gostam de cavaleiros poetas.
Filipe – Está bem Adalberto. Mas eu acho que a espada do poeta é uma ESPÉCIE DE CANETA GIGANTE.
Nota: O Dom Quixote foi um mau exemplo. Na verdade o cavaleiro da triste figura usava uma lança e não uma espada.

Tuesday, November 14, 2006

histórias de Lisboa

Ao sair da piscina dos Anjos eu e o Filipe regressávamos lentamente a casa. Em tom de conversa o Filipe fazia as perguntas habituais.
– Adalberto, quando eras pequenino também moraste em Lisboa?...
– Sim. Morei na Estefânea. É um bairro de Lisboa.
– É longe daqui [da Penha de França]?...
– Fica mais ou menos a vinte minutos a pé.
– Ena!… Vinte minutos… Tanto tempo!... Isso é quase uma MIGRAÇÃO.